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quinta-feira, 12 de novembro de 2015

No Japão, alunos limpam até banheiro da escola para valorizar patrimônio

No Japão, alunos limpam até banheiro da escola para valorizar patrimônio.


Fonte: http://educacao.uol.com.br/noticias/bbc/2015/11/11/no-japao-alunos-limpam-ate-banheiro-da-escola-para-valorizar-patrimonio.htm?cmpid=fb-uolnot


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Ewerthon Tobace
De Tóquio para a BBC Brasil
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  • Marcelo Hide
    Os alunos são divididos em grupos, e cada um é responsável por lavar o que foi usado na refeição e pela limpeza da sala de aula, dos corredores, das escadas e dos banheiros
    Os alunos são divididos em grupos, e cada um é responsável por lavar o que foi usado na refeição e pela limpeza da sala de aula, dos corredores, das escadas e dos banheiros
Enquanto no Brasil, escolas que "obrigam" alunos a ajudar na limpeza das salas são denunciadas por pais e levantam debate sobre abuso, no Japão, atividades como varrer e passar pano no chão, lavar o banheiro e servir a merenda fazem parte da rotina escolar dos estudantes do ensino fundamental ao médio.

"Na escola, o aluno não estuda apenas as matérias, mas aprende também a cuidar do que é público e a ser um cidadão mais consciente", explica o professor Toshinori Saito. "Ninguém reclama porque sempre foi assim."

Nas escolas japonesas, também não existem refeitórios. Os estudantes comem na própria sala de aula e são eles mesmos que organizam tudo e servem os colegas.

Depois da merenda, é hora de limpar a escola. Os alunos são divididos em grupos, e cada um é responsável por lavar o que foi usado na refeição e pela limpeza da sala de aula, dos corredores, das escadas e dos banheiros num sistema de rodízio coordenado pelos professores.

"Também ajudei a cuidar da escola, assim como meus pais e avós, e nos sentimos felizes ao receber a tarefa, porque estamos ganhando uma responsabilidade", diz Saito.

Michie Afuso, presidente da ABC Japan, organização sem fins lucrativos que ajuda na integração de estrangeiros e japoneses, diz ainda que a obrigação faz com que as crianças entendam a importância de se limpar o que sujou.

Um reflexo disso pôde ser visto durante a Copa do Mundo no Brasil, quando a torcida japonesa chamou atenção por limpar as arquibancadas durante os jogos e também nas ruas das cidades japonesas, que são conhecidas mundialmente por sua limpeza quase sempre impecável.

"Isso mostra o nível de organização do povo japonês, que aprende desde pequeno a cuidar de um patrimônio público que será útil para as próximas gerações", opina.

Estrangeiros

Para que os estrangeiros e seus filhos entendam como funcionam as tradições na escola japonesa, muitas prefeituras contratam auxiliares bilíngues. A brasileira Emilia Mie Tamada, de 57 anos, trabalha na província de Nara há 15 e atua como voluntária há mais de 20.

"Neste período, não me lembro de nenhum pai que tenha questionado a participação do filho na limpeza da escola", conta ela.

Michie Afuso diz que, aos olhos de quem não é do país, o sistema educacional japonês pode parecer rígido, "mas educação é um assunto levado muito à sério pelos japoneses", defende.

Recentemente no Brasil, um vídeo no qual uma estudante agride a diretora da escola por ela ter lhe confiscado o telefone celular se tornou viral na internet e abriu uma série de discussões sobre violência na escola.

Outros casos de agressão contra professores foram destaques de jornais pelo Brasil nos últimos meses, como da diretora que foi alvo de socos e golpes de caneta em Sergipe e da professora do Rio Grande do Sul que foi espancada por uma aluna e seus familiares durante uma festa junina.

No Japão, este tipo de abuso dentro da escola é raro. "Desde os tempos antigos, escola e professores são respeitados. Os alunos aprendem a cultivar o sentimento de amor e agradecimento à escola", diz Emilia.

Violência

No ano passado, durante as eleições, a BBC Brasil publicou uma série de reportagens sobre a violência de alunos contra professores no Brasil. As matérias revelaram casos de professores que chegaram a tentar suicídio após agressões consecutivas e apontaram algumas das soluções encontradas por colégios públicos para conter a violência - da militarização à disseminação de uma cultura de paz entre escolas e comunidade.

Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que ouviu mais de 100 mil professores e diretores de escola em 34 países, o Brasil ocupa o topo de um ranking de violência em escolas - 12,5% dos professores ouvidos disseram ser vítimas de agressões verbais ou intimidação pelo menos uma vez por semana.

"Assim como o Brasil tem um programa de intercâmbio com a polícia japonesa, poderíamos ter um na área educacional", propõe Michie, da ABC Japan, ao se referir ao sistema de policiamento comunitário do Japão que foi implantado em algumas cidades do Brasil.

A brasileira lembra que a celebração dos 120 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Japão seria uma ótima oportunidade para incrementar o intercâmbio na área social e não apenas na comercial.

"Dessa forma, os professores poderiam levar algumas ideias do sistema de ensino japonês para melhorar as escolas no Brasil", sugere Michie.

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segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Gastrite nervosa: Como se livrar das dores no estômago de origem emocional?


Gastrite nervosa: Como se livrar das dores no estômago de origem emocional?


Cuidados com a dieta, identificar a causa do estresse e tratá-lo são fundamentais

ARTIGO DE ESPECIALISTA
foto especialista
Dr. Leonardo Peixoto 
GASTROENTEROLOGIA - CRM 780553/RJ
ESPECIALISTA MINHA VIDA
A expressão "gastrite nervosa" é muito usada e bastante comum, mas não existe uma definição precisa para o seu significado.  Habitualmente usa-se este termo relacionado quando a pessoa apresenta sintomas de gastrite - como sensação de dor ou queimação no estômago - em alguém submetido a um estresse emocional significativo, não necessariamente exibindo alterações inflamatórias gástricas, que são evidenciadas com a endoscopia.
Já a gastrite com inflamação do estômago é causada principalmente pela bactéria Helicobacter pylori, por medicamentos (especialmente anti-inflamatórios), uso de álcool e drogas, outros agentes infecciosos, radiação, estresse metabólico (queimaduras e cirurgias de grande porte, por exemplo), alergiasdoenças autoimunes, entre outras.
O estresse emocional pode afetar a motilidade gastrointestinal, ou seja, a movimentação da região. Também a produção de secreções e hormônios, a imunidade e o estado inflamatório dos órgãos. A ocorrência de mudanças na secreção de suco gástrico, no fluxo de sangue que perfunde (atravessa) o estômago e na regulação de fatores protetores da mucosa deste órgão pode deixar a mucosa do estômago mais avermelhada, o que pode ser visto em exames endoscópicos - gastropatia enantematosa ou gastrite endoscópica enantematosa. Porém, é necessário lembrar que mesmo pessoas que não apresentem alterações macroscópicas na endoscopia digestiva alta podem ter sintomas compatíveis com gastrite, como no caso da dispepsia funcional. Sob estresse, pode ocorrer um aumento na sensibilidade gástrica de forma que um estímulo considerado normal (a presença do suco gástico habitual) passe a ser percebido como dor.

Tratamento

O tratamento é feito com dieta, correção de hábitos alimentares, medidas para controle do estresse, medicamentos para o estômago e, se necessário, também para controle emocional. No quesito da dieta, deve-se dar preferência a alimentos de fácil digestão, evitando álcool, cafeína, alimentos cítricos, frituras, embutidos, comidas em conserva e certos condimentos e temperos mais fortes. Também é interessante evitar longos períodos de jejum, fazendo um lanche no meio da manhã e da tarde, e não devem ser ingeridas grandes quantidades de líquido nas refeições.
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Em geral são usados medicamentos para reduzir a acidez estomacal, como os inibidores de bomba de prótons e antiácidos, ou para proteger a mucosa gástrica e ambos apresentam bons resultados.
Por fim, o mais importante é acessar a causa do problema que, neste caso, é o estresse. Existem diversos medicamentos com esse objetivo e a consulta com um médico pode ajudar a definir a indicação ou não de medicamentos específicos, mas medidas como atividades físicas, exposição adequada ao sol, bons relacionamentos sociais, hábitos de sono apropriados, meditação e psicoterapia podem ser muito efetivas e trazer um ganho importante para toda a saúde e bem estar da pessoa.
Referências:

Sleisenger and Fordtran's Gastrointestinal and Liver Disease- 2 Volume Set: Pathophysiology, Diagnosis, Management, 10e. FELDMAN, Mark, FRIEDMAN, Lawrence S. and BRANDT, Lawrence J.

Brain-gut connections in functional GI disorders: anatomic and physiologic relationships. M. P. Jones1, J. B. Dilley, D. Drossman and M. D. Crowell. Neurogastroenterology & Motility. Volume 18, Issue 2, pages 91?103, February 2006
Think Twice: How the Gut's "Second Brain" Influences Mood and Well-Being. By Adam Hadhazy. February 12, 2010. Scientific American
Não deixe de consultar o seu médico. Encontre aqui médicos indicados por outras pessoas.


Fonte: http://r7.minhavida.com.br/saude/materias/20174-gastrite-nervosa-como-se-livrar-das-dores-no-estomago-de-origem-emocional