Quarta-feira, 05/05/2010, 09h35
Pimenta-do-reino:"diamante negro" da economia
Mudas de Pimenta do reino prontos para serem plantados em Baião.
Dá para imaginar muitos pratos tipicamente brasileiros - como a feijoada, carnes preparadas na forma de ensopados, assados ou mesmo o nosso pato-no-tucupi - sem um temperinho que seja à base de pimenta-do-reino? Presente em praticamente todas as culinárias do mundo, essa especiaria essencial para dar gosto e sabor aos alimentos é uma planta trepadeira (Piper Nigrum L.) originária da Índia, país que há séculos detém o posto de um dos
maiores produtores do setor.
No Brasil, a pimenta-do-reino é um dos produtos mais cultivados, sempre oscilando entre a segunda e terceira posição no ranking mundial de exportação, de acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Do total de 50 mil toneladas por ano, em média, o país exporta, sobretudo para a Europa e os Estados Unidos, cerca de 45 mil toneladas.
O Pará é dono de parcela considerável dessa exportação e nas décadas de 50 e 60 viveu o auge da plantação dessa especiaria, se tornando um polo de destaque no mundo. Apesar da decadência dessa cultura, a partir da década de 70, devido às enchentes e, sobretudo, ao ataque de pragas como a fusariose, que devastaram as plantações, a pimenta-do-reino sobreviveu e até hoje orgulha os paraenses por ter alavancado a economia regional e gerado milhares de empregos e renda para pequenos produtores.
A propósito, a chegada da pimenta-do-reino no Pará confunde-se com a história da imigração japonesa na Amazônia, a partir do município de Tomé-Açu, no nordeste do Estado. Foram os imigrantes nipônicos os responsáveis pelo cultivo dessa especiaria na região; pessoas que fugiram das guerras para o Brasil, atraídos pela força econômica das plantações de café, sobretudo no Estado de São Paulo, nos primeiros anos do século XX. Alguns, no entanto, a partir de 1929, foram enviados à Amazônia, no intuito de trabalhar em outras lavouras agrícolas destinadas ao cultivo de hortaliças e outros produtos.
Diante da floresta ainda inexplorada, muitos desses imigrantes não resistiram ao clima e à malária. Alguns deles arrumaram as malas e voltaram ao Japão, descrentes na prosperidade financeira e, principalmente, nas peculiaridades do local. Em Tomé-Açu, naquela época, a Nantaku (Nambei Takushoku Kabushiki Kaisha) era o órgão responsável pela orientação desses imigrantes. Eles não tinham conhecimentos técnicos específicos e simplesmente eram estimulados a plantar produtos perenes.
Porém, em 1933, Makinosuke Usui, coordenador de imigrantes da Nantaku, mudou esse cenário. De uma viagem rápida à Singapura, trouxe no navio 20 mudas de pimenta-do-reino. Resolveu plantá-las em Tomé-Açu, que àquela altura ingressava numa maré de declínio com os limites para concessão gratuita de terreno de plantação, bem como da entrada de imigrantes no país.
Das mudas trazidas por Usui apenas duas sobreviveram. Com o tempo, muitos japoneses foram plantando a especiaria. Nas décadas seguintes, até o fim dos anos 60, Tomé-Açu conheceu a bonança da pimenta-do-reino, agora batizada de “diamante negro” da Amazônia. Nesse período, o município tornou-se o maior produtor mundial da especiaria, com o cultivo de cerca de cinco mil toneladas por ano. Abasteceu o mercado nacional, além do exterior. Mesmo com o declínio dessa agricultura, Tomé-Açu continua hoje no alto do pódio de maior produtor de pimenta-do-reino do Brasil.
“Acreditamos, com base nos experimentos e práticas preventivas contra a fusario-se, que vamos aumentar a produção de pimenteiras e novamente nos destacar no mercado mundial”, afirma Francisco Sakaguchi, presidente da Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (Camta), que conta hoje com 131 cooperados e registra 1.800 pequenos produtores. Cerca de 10 mil empregos diretos e indiretos são gerados nessa cadeia.
Atualmente, a pimenta-do-reino é exportada pela Camta para Alemanha, Estados Unidos, Japão, Argentina, Holanda e França. No ano passado, foram exportadas 850 toneladas com uma injeção de
R$ 6 milhões na economia local. Além de Tomé-Açu, há produtores em Paragominas, Ipixuna, Santa Izabel, Santo Antônio do Tauá, Santa Maria e outros.
Por que se orgulhar?
A pimenta-do-reino é um dos produtos mais importantes que são exportados pelo Pará e sua origem no Brasil está ligada à imigração japonesa na Amazônia. O auge de sua produção, nas década de 50 e 60, e até os dias de hoje elevou o município de Tomé-Açu ao posto de grande cultivador e exportador dessa especiaria no mundo. Fonte :http://diariodopara.diarioonline.com.br/N-88846-PIMENTA-DO-REINO+DIAMANTE+NEGRO+DA+ECONOMIA.html
NOTA DA REDAÇÃO:
Nesta reportagem do Jornal Diário do Pará, esqueceram de citar que Baião teve durante as décadas de 90, teve 2.000.000. (Dois milhões) de pés da espécie e que veio a morrer por causa de um fungo e também a cidade de Mocajuba que chegou a plantar a mesma quantidade de mudas.
maiores produtores do setor.
No Brasil, a pimenta-do-reino é um dos produtos mais cultivados, sempre oscilando entre a segunda e terceira posição no ranking mundial de exportação, de acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Do total de 50 mil toneladas por ano, em média, o país exporta, sobretudo para a Europa e os Estados Unidos, cerca de 45 mil toneladas.
O Pará é dono de parcela considerável dessa exportação e nas décadas de 50 e 60 viveu o auge da plantação dessa especiaria, se tornando um polo de destaque no mundo. Apesar da decadência dessa cultura, a partir da década de 70, devido às enchentes e, sobretudo, ao ataque de pragas como a fusariose, que devastaram as plantações, a pimenta-do-reino sobreviveu e até hoje orgulha os paraenses por ter alavancado a economia regional e gerado milhares de empregos e renda para pequenos produtores.
A propósito, a chegada da pimenta-do-reino no Pará confunde-se com a história da imigração japonesa na Amazônia, a partir do município de Tomé-Açu, no nordeste do Estado. Foram os imigrantes nipônicos os responsáveis pelo cultivo dessa especiaria na região; pessoas que fugiram das guerras para o Brasil, atraídos pela força econômica das plantações de café, sobretudo no Estado de São Paulo, nos primeiros anos do século XX. Alguns, no entanto, a partir de 1929, foram enviados à Amazônia, no intuito de trabalhar em outras lavouras agrícolas destinadas ao cultivo de hortaliças e outros produtos.
Diante da floresta ainda inexplorada, muitos desses imigrantes não resistiram ao clima e à malária. Alguns deles arrumaram as malas e voltaram ao Japão, descrentes na prosperidade financeira e, principalmente, nas peculiaridades do local. Em Tomé-Açu, naquela época, a Nantaku (Nambei Takushoku Kabushiki Kaisha) era o órgão responsável pela orientação desses imigrantes. Eles não tinham conhecimentos técnicos específicos e simplesmente eram estimulados a plantar produtos perenes.
Porém, em 1933, Makinosuke Usui, coordenador de imigrantes da Nantaku, mudou esse cenário. De uma viagem rápida à Singapura, trouxe no navio 20 mudas de pimenta-do-reino. Resolveu plantá-las em Tomé-Açu, que àquela altura ingressava numa maré de declínio com os limites para concessão gratuita de terreno de plantação, bem como da entrada de imigrantes no país.
Das mudas trazidas por Usui apenas duas sobreviveram. Com o tempo, muitos japoneses foram plantando a especiaria. Nas décadas seguintes, até o fim dos anos 60, Tomé-Açu conheceu a bonança da pimenta-do-reino, agora batizada de “diamante negro” da Amazônia. Nesse período, o município tornou-se o maior produtor mundial da especiaria, com o cultivo de cerca de cinco mil toneladas por ano. Abasteceu o mercado nacional, além do exterior. Mesmo com o declínio dessa agricultura, Tomé-Açu continua hoje no alto do pódio de maior produtor de pimenta-do-reino do Brasil.
“Acreditamos, com base nos experimentos e práticas preventivas contra a fusario-se, que vamos aumentar a produção de pimenteiras e novamente nos destacar no mercado mundial”, afirma Francisco Sakaguchi, presidente da Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (Camta), que conta hoje com 131 cooperados e registra 1.800 pequenos produtores. Cerca de 10 mil empregos diretos e indiretos são gerados nessa cadeia.
Atualmente, a pimenta-do-reino é exportada pela Camta para Alemanha, Estados Unidos, Japão, Argentina, Holanda e França. No ano passado, foram exportadas 850 toneladas com uma injeção de
R$ 6 milhões na economia local. Além de Tomé-Açu, há produtores em Paragominas, Ipixuna, Santa Izabel, Santo Antônio do Tauá, Santa Maria e outros.
Por que se orgulhar?
A pimenta-do-reino é um dos produtos mais importantes que são exportados pelo Pará e sua origem no Brasil está ligada à imigração japonesa na Amazônia. O auge de sua produção, nas década de 50 e 60, e até os dias de hoje elevou o município de Tomé-Açu ao posto de grande cultivador e exportador dessa especiaria no mundo. Fonte :http://diariodopara.diarioonline.com.br/N-88846-PIMENTA-DO-REINO+DIAMANTE+NEGRO+DA+ECONOMIA.html
NOTA DA REDAÇÃO:
Nesta reportagem do Jornal Diário do Pará, esqueceram de citar que Baião teve durante as décadas de 90, teve 2.000.000. (Dois milhões) de pés da espécie e que veio a morrer por causa de um fungo e também a cidade de Mocajuba que chegou a plantar a mesma quantidade de mudas.
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